Setembro de 2011
Entre os animais que são causa de acidentes em crianças, além dos cães
e gatos, encontram-se os animais silvestres mantidos como animais de companhia
ou em exposições, animais sinantrópicos e de produção. Objectivo: caracterizar os
pacientes atendidos de emergência por acidentes produzidos por estes animais no
Instituto Nacional de Saúde da Criança, no período 1995-2009. Materiais e métodos:
a partir das histórias clínicas recolheu-se informação geral dos pacientes, do animal
agressor e das lesões. Resultados: registaram-se 142 casos. 62,7% dos pacientes
tinha idades compreendias até aos quatro anos de idade, 26,8% idades compreendidas
entre quatro e nove anos e 10,6% tinham mais que nove anos. 48,6% eram do sexo
masculino e 51,4% do sexo feminino. 73,2% foram atendidos ambulatoriamente e
26,8% requereram hospitalização. 64,8% dos acidentes foram produzidos por animais
sinantrópicos, 21,8% por animais silvestres e 13,4% por animas de producção. As
localizações anatómicas predominantemente afectadas foram os membros superiores
e cara (5,9%), cabeça e pescoço (40,1%). 76,8% dos acidentes fora do tipo único e
23,2% múltiplo. 69,7% das lesões foram superficiais e 30,3% profundas. 78,2% dos
casos requereu tratamento médico e 21,8% requereu tratamento cirúrgico. Só 28,2%
dos casos receberam vacina anti-rábica. 23,9% dos acidentados tiveram sequelas
estéticas (cara), 69,1% no corpo e 7,0% em ambos os lugares. Conclusões: a
supervisão dos pais e os programas educativos são necessários para prevenir e diminuir
a frequência dos acidentes na população.
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